sábado, 31 de dezembro de 2011

Coffea - Parte II

Genética


  O gênero Coffea L. possui cerca de 100 espécies, sendo a espécie de maior importância econômica C.arabica L., uma exceção no gênero, pois é a única espécie tetraplóide com 2n=44 cromossomos e autocompatível, enquanto todas as demais são diplóides e incompatíveis.

O que isso significa? 

Complexidade!!! Tanto na questão de aromas e sabores e quanto em relação a produção, terroir, processamento. 

Sendo assim, o Café Arábica é reconhecido como o único especial.






segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Coffea - Parte I

O Cafeeiro

O cafeeiro pertence ao grupo das plantas Fanerógamas,


Angiospermas, subclasse Dicotiledônea, ordem Rubiales, família das Rubiáceas, tribo Coffeae, subtribo Coffeinae e gênero Coffea.


As espécies do gênero Coffea podem ser agrupadas em quatro seções: Eucoffea, Mascarocoffea, Argocoffea, e Paracoffea, sendo as três primeiras originárias da África e a última da Índia, da Indochina, do Sri Lanka e da Malásia. Elas compreendem, respectivamente, 24, 18, 11 e 13 espécies. A seçao Eucoffea compreende as espécies que possuem cafeína e a seção Mascarocoffes inclui espécies oriundas de Madagascar, apresentando albúmen córneo e baixo teor de cafeína.


A seção Eucoffea é a de maior importância econômica, pois abrange as espécies mais cultivadas para o consumo do café. É dividida nas seguintes subseções: Erythrocoffea, que compreende C.arábica, C. canephora, C. congensis, etc.; Pachycoffea, com C. liberica, etc., Mozambicoffea, com C. racemosa, etc. ; Melancocoffea, com C. stenophylla, etc. e Nanoffea, C. Montana, etc.


O cafeeiro é uma planta de porte arbustivo ou arbóreo, de caule lenhoso, lignificado, reto e quase cilíndrico. Os ramos são dimórficos, sendo o seu dimorfismo relacionado à direção dos ramos ortotrópicos, que formam as hastes ou troncos. Os ramos laterais, produtivos, saem dessas hastes, crescem na horizontal e são chamados ramos plagiotrópicos.


Sobre o caule da planta podem crescer novos ramos ortotrópicos, os chamados ramos ladrões, oriundos, principalmente, da quebra da dominância apical (meristemática), decorrente de eliminação do ponteiro do cafeeiro, seja por poda ou por ataque de insetos, doenças, etc. Além disso, sempre que a haste fica mais exposta ao sol (por cinturamento da planta) ou, então, sofre efeito de machucaduras (chuva de granizo, cortes por ferramentas), ocorre maior formação de ‘ladrões’, exigindo desbrotas corretivas. A cultivar Conillon, quando submetida a podas contínuas dos ponteiros e a constantes desbrotas, dá origem a ramos ortotrópicos saídos de ramos laterais, o que é comum em cafeeiros arábica.


Os ramos plagiotrópicos dão origem a ramos terciários, formando o “palmetamento”, uma característica desejada, já que aumenta a área produtiva da planta.


As plantas do cafeeiro são opostas, inteiras, coriáceas e persistentes (na maioria das espécies), tendo coloração verde mais escura e brilhante na parte superior do limbo e mais clara e opaca, com nervuras salientes, na parte inferior.


Nos ramos laterais e nas axilas da folhas são formadas as gemas florais, que dão origem à floração e à refrutificação. As flores são normalmente brancas, podendo ser amareladas e rosa-claro (como em algumas seleções de C.canephora); são tubulosas, com a parte livre da corola dividida em um número variável de lóbulos e apresentando cinco pétalas em C.arabica. As flores hermafroditas crescem em glomérulos (rosetas) e abrem-se de 8 a 10 dias após chuva ou irrigação, tendo duração efêmera (3 a 4 dias)


O fruto do café é uma drupa, normalmente com duas sementes, que são planoconvexas (sementes chatas), desde que não haja abortamento de um lóculo, formando-se, nesse caso, sementes arredondadas, chamadas de moca.


O sistema radicular do cafeeiro é pivotante e as raízes finas são superficiais, localizando-se, em sua maioria (70% a 80%), a até 30 a 40 cm de profundidade do solo.



Fonte: Cultura de Café No Brasil (Matiello, Santinato, Garcia e Fernandes)